A Regional Pampulha, por meio do Distrito Sanitário Pampulha, promoveu, nos dias 07, 16 e 27 de outubro, uma sensibilização sobre Hanseníase para 90 profissionais médicos e enfermeiros que trabalham nos centros de saúde da Pampulha e em dois centros de saúde da Regional Noroeste (São Cristovão e Pedreira Prado Lopes) .
A sensibilização proporcionou momentos de informação e troca de experiências entre os participantes. Referência Técnica da Gerência de Regulação, Epidemiologia e Informação da Pampulha (GEREPI-P), Shirley Lima Tronbin apresentou os dados epidemiológicos da Hanseníase no Brasil, em Belo Horizonte e na região da Pampulha: “O índice de detecção de casos na Pampulha variou de 2,7 a 6,6 casos por 100.000 habitantes, o que caracteriza a Pampulha como coeficiente médio de detecção”, explicou. Os aspectos clínicos da doença, cujo período de incubação varia de dois a sete anos, foram apresentados pelas Médicas Dermatologistas do Centro de Especialidades Médicas Pampulha (CEM-P), Simone Helena da Silva, Gabriela Maria Abreu Gontijo e Laura de Freitas Xavier.
O público se inteirou a respeito do tratamento farmacológico para a Hanseníase apresentado pelas farmacêuticas do Núcleo de Apoio à Família Pampulha (NASF-P), Arlene Lima de Morais, Patrícia Carvalho de Oliveira e Sarah Silvestre dos Santos que falaram sobre os tipos de tratamento indicados para adultos e crianças, as possíveis reações hansênicas e os efeitos colaterais dos medicamentos utilizados no tratamento da doença. A farmacêutica Arlene Morais ressaltou a importância de que o paciente em tratamento esteja bem monitorado: “A transmissão da doença cessa pouco tempo após o início do tratamento medicamentoso. Mas, infelizmente, como o tratamento é longo, ou seja, de 6 a 9 meses para hanseníase paucibacilar e de 12 a 18 meses para a multibacilar, temos muitos casos de abandono.”
Referência Técnica da GEREPI-P, Natália Bruna Campos explicou sobre os fluxos adotados pela Secretaria Municipal de Saúde para o diagnóstico, exames laboratoriais e acompanhamento do paciente. “A Hanseníase é uma doença de notificação compulsória, por isso toda a rede de profissionais da saúde deve estar atenta para as notificações”, disse. Para esclarecer sobre o diagnóstico laboratorial da Hanseníase, as representantes do Laboratório Distrital Noroeste Lucina de Fátima Braga e Maria Aparecida Pimenta Rocha falaram sobre a baciloscopia, classificação operacional, exames e técnicas de coleta nas lesões. “A coleta bem feita permite resultados mais precisos. Por isso deve ser feita por profissional bem treinado.”
Para finalizar, a Médica do Centro de Saúde Padre Maia, Dra Maraísa Salgado Vilela falou sobre sua experiência e os desafios enfrentados na Unidade de Saúde para o acompanhamento de paciente hansênico. Para a Dra Maraisa, embora seja muito importante seguir os protocolos, é preciso individualizar o atendimento, pois cada caso é único. Além disso, é importante incluir o tema da Hanseníase nas ações de Educação em Saúde, já que é uma doença curável, mas o medo e o preconceito que a cercam dificultam o diagnóstico e o tratamento eficaz. “Nosso maior desafio é o diagnóstico precoce. Por isso, temos a necessidade de treinamento e capacitação constante para os profissionais. Uma equipe bem preparada tecnicamente acolhe, diagnostica e trata com eficiência, podendo extinguir uma enfermidade que tem cura e retirar nosso país do patamar de 2º lugar que mais diagnostica Hanseníase”, finalizou.
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