quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Sabenças Negras no CAC São Francisco



Para quebrar o preconceito e promover a igualdade racial, o Centro de Apoio Comunitário-CAC São Francisco comemorou, no dia 22 de novembro, o Mês da Consciência Negra com seus usuários e parceiros. Aproximadamente 90 pessoas, dentre eles os integrantes do grupo de convivência Reviver, os alunos do Pro Jovem Santa Rosa, da Educação de Jovens e Adultos-EJA e dos cursos de cabeleireiro, estética facial e oficial da construção civil prestigiaram o evento.

Maria Célia Nogueira, gerente do CAC São Francisco, deu as boas-vindas aos presentes e destacou: “É muito importante comemorarmos esta data porque ainda hoje convivemos com o preconceito velado. Quem dera não precisássemos de uma política pública para tratar da igualdade racial. O ideal é que todos se tratem como iguais.” Célia explicou que existe na Prefeitura de Belo Horizonte uma Coordenadoria específica para cuidar das ações de promoção da igualdade racial na cidade e, na oportunidade, apresentou os membros do Grupo Gestor de Promoção da Igualdade Racial na Pampulha: “Este é um grupo que trabalha com a cabeça e com o coração”, disse.

Informação, reflexão e histórias

O público presente pode aprender um pouco sobre alguns conhecimentos africanos e sua contribuição para a formação do povo brasileiro com a palestra da professora Rosane Pires, Educadora de Jovens e Adultos e coordenadora do GGPIR-Pampulha. Ela lembrou que o governo municipal tem empreendido várias ações afirmativas para promover a igualdade racial com o objetivo de retirar este grupo da situação de desvantagem histórica vivenciada por seus representantes e incentivou: “Sejam curiosos e busquem mais informações sobre o continente africano. Vocês vão descobrir coisas diferentes do ensino preconceituoso que recebemos na escola. E lembrem-se: Quem não tem passado, não tem futuro”, afirmou.

Utilizada como meio de preservação da sabedoria dos ancestrais, a tradição oral sempre foi muito comum nas civilizações africanas para repassar conhecimentos. Familiarizada com esta oralidade africana, a professora e vice-diretora da UMEI Professora Acidália Lott, Fernanda de Sena, trouxe descontração e emoção para os presentes com duas histórias, escolhidas a dedo para a ocasião: “O pastor de pássaros” e a “Lenda do sabiá”. “Acho que a contação de histórias aproxima mais as pessoas da cultura afro, pois é uma forma carinhosa de repassar conhecimentos”, disse. Fernanda, que já se apresentou no programa Arrumação do Saulo Laranjeiras, na Feira Brasil África realizado no Expominas e na Livraria Sabá com contos africanos, destacou: “Somos todos afrodescendentes independente da cor da pele.”

Momento literário

O tema da igualdade racial foi trabalhado, ao longo do mês, com os alunos da EJA, que funciona no CAC São Francisco. A professora Lourdinha Castro explicou que o trabalho envolveu pesquisa, leituras, conversas e depoimentos pessoais sobre situações de preconceito vivenciadas pelos alunos. O aluno Ídamo Vaz de Paula, 56 anos, leu o texto “Laços Negros”, uma construção coletiva de todos os alunos, fruto dos debates e pesquisas realizados em sala de aula.

Para Márcia Araújo, do Centro Cultural Pampulha e também membro do GGPIR-Pampulha, o preconceito se esconde até em expressões rotineiras que repetimos sem pensar e lembrou: “Somos fruto de uma mistura. Nossa alegria e nosso ritmo vêm da África. Além do vocabulário, fomos influenciados também nos saberes e na culinária.” Para constatar esta influência, os participantes puderam apreciar gostosuras de origem africana como sucos de abacaxi e caju, biscoitos de polvilho e broas de fubá.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

História e roda de samba alegram a tarde do CRAS Confisco


Contação de história e roda de samba movimentaram os usuários do Centro de Referência em Assistência Social-CRAS Confisco na tarde do dia 20 de novembro, data em que se comemora o Dia da Consciência Negra.

O grupo Samba de Terreiro, que trabalha os ritmos de matrizes africanas, principalmente o samba, esteve no local para mostrar um pouco da influência das tradições afro na cultura brasileira. Na contação de história, os participantes ouviram com interesse narrações sobre o povo nigeriano e, logo após, todos integraram uma animada roda de samba, cantando e dançando várias músicas ao som de pandeiro, pratos e palmas ritmadas.

Ana Cláudia Durães, moradora do bairro confisco, aproveitou cada momento da atividade: “As histórias contadas são boas para conhecermos um pouco do passado dos escravos. Dancei e me diverti muito. Quando houver outra oficina como essa quero participar”, disse.

Ações de promoção da igualdade racial no Confisco

Cristina Aparecida Pimenta, assistente social no CRAS Confisco, explicou que, ao longo deste mês, o CRAS vem desenvolvendo ações de promoção da igualdade racial para seus usuários. Na semana passada, os integrantes dos grupos Pro Jovem e De Mãos Dadas com a Convivência tiveram um momento para reflexão e discussão através da mostra de vídeo com o tema Discriminação Racial e o Estatuto da Igualdade Racial: “Nós conversamos sobre a igualdade racial e o preconceito nos grupos de convivência familiar e comunitário, em que os adultos participam. E hoje, no dia da Consciência Negra, apresentamos as histórias e a roda de samba porque a atividade foi voltada para as crianças até seis anos”, disse.

Para Eliene de Freitas Gonçalves, a roda de samba foi muito interessante: “Eu participo de tudo que tem no CRAS e trago a minha filha também. Acho que apresentações como essa deveriam acontecer mais.”

Durante o evento, foram distribuídas pipocas doce e salgada. Após a roda de samba, os grupos de convivência participaram de uma oficina, coordenada por Eliane Cruz (do grupo Samba de Terreiro) em que aprenderam a montar bonequinhas de pano.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Exposição de fotografias abre as comemorações do Mês da Consciência Negra na Pampulha



Em comemoração ao mês da Consciência Negra, a Secretaria Regional Pampulha, por meio do Grupo Gestor de Promoção da Igualdade Racial na Pampulha, realizou, no dia 13 de novembro, a abertura da exposição de fotografias Reinados Negros e Irmandades do Rosário. A exposição é fruto do Projeto de Memória da religiosidade afrobrasileira em Belo Horizonte desenvolvido pelo Centro de Referência Audiovisual-CRAV da Fundação Municipal de Cultura. O acervo é composto por fotos que registram a prática das tradições religiosas de matriz africana, envolvendo as irmandades Nossa Senhora do Rosário, suas guardas de Congo, Moçambique e seus reinados negros.

Márcia Borges, assistente social e membro do Grupo Gestor de Promoção da Igualdade Racial na Pampulha-GGPIR Pampulha, fez um resgate histórico desta tradição cultural e religiosa celebrada em várias regiões de Minas e do Brasil.“Trabalhamos tanto a questão da consciência quanto do conhecimento da história, sua influência e contribuição africana para a cultura brasileira. É importante conhecer para então respeitar”, disse.

Valéria Regina Neves Coelho, Gerente da Coordenadoria de Promoção da Igualdade Racial, esclareceu que Belo Horizonte é o único município que possui política própria de promoção da igualdade racial, que trabalha não só a questão dos negros, mas inclui também os representantes de outras culturas como a judaica, indígena e dos ciganos. Para Valéria, não se trata de uma política compensatória, mas sim reparatória.

O visual da exposição ganhou cor e significado com os painéis pintados pelos alunos da E.M. Aurélio Pires nas oficinas de artes com temática voltada para cenas comuns ao cotidiano dos negros. Outro momento que valorizou a abertura da exposição foi a apresentação do Coral Vozes da Pampulha que, sob a regência do maestro Edson Félix, emocionou os expectadores com repertório diversificado.


O secretário municipal da Pampulha, Humberto Pereira de Abreu Júnior, prestigiou todo o evento e ressaltou a importância de se promover ações afirmativas na questão da igualdade racial. Ao final, houve um momento de confraternização entre os participantes.

Centro de Saúde Jardim Alvorada comemora Dia Nacional do Diabetes



Para comemorar o Dia Mundial do Diabetes, o Centro de Saúde Jardim Alvorada reuniu aproximadamente 60 usuários dos serviços oferecidos naquele equipamento público.

Patrícia Ferreira Torres, enfermeira do Programa de Saúde da Família, conta que o objetivo da atividade não era apenas comemorar o Dia Mundial do Diabetes, mas incentivar o controle da doença nos usuários do Centro de Saúde: “Queríamos promover uma proximidade maior com o paciente, mostrando que ter diabetes não pode representar uma tragédia na vida da pessoa. É importante que o paciente troque experiências, se conscientize e perceba que ele pode ter uma vida mais saudável. Assim, conseguimos uma intervenção mais eficaz”, disse.

Para que os resultados esperados fossem alcançados, foi necessário o envolvimento de toda a equipe. Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) participaram ativamente da mobilização dos usuários, preparação, organização do evento e até da decoração do espaço, cedido pela Igreja Católica Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. 

Durante o encontro, os participantes puderam medir sua glicemia e obter muitas informações acerca de uma alimentação mais saudável e adequada para quem tem esta doença. A palestrante, Paloma Braga, educadora em Diabetes da Sociedade Brasileira de Diabetes, alertou sobre os hábitos saudáveis para um diabético, ensinou algumas dicas de combinação alimentos para uma dieta correta e aconselhou: “Não adianta se privar de todos os alimentos. É preciso cuidar da saúde e aprender a comer, sem abusar”, disse. 

Para Paloma, este tipo de trabalho é muito importante porque dá a oportunidade do paciente tirar muitas dúvidas e destacou: “Os centros de saúde devem incentivar a participação dos usuários. Às vezes, durante a consulta, não sobra tempo para o paciente esclarecer todas as dúvidas. Neste espaço, eles podem questionar à vontade e aprender hábitos saudáveis.”

Outro momento que trouxe muitos esclarecimentos foi a conversa com Rogério Guimarães, Técnico em Higiene Dental (THD), que explicou sobre os cuidados com os dentes, ensinou como fazer a escovação correta e como higienizar adequadamente as próteses dentárias, lembrando: “É fundamental estar com a boca bem higienizada, pois isto também reflete na saúde do paciente em geral.” Ao final, os participantes receberam escovas de dentes, fio e creme dental, além de um kit com alimentos light.

Para Maria do Socorro Pires Nunes, moradora do bairro Jardim Alvorada e usuária, foi ótimo participar do encontro: “Tive oportunidade de perguntar e aprender mais. No consultório o médico já explica direitinho, mas aqui foi mais legal. Percebi o risco que corremos quando não damos a devida importância ao tratamento para cuidar do diabetes. Ruim é a doença”, finalizou.

Saúde do homem é tema de roda de conversa na Pampulha



Com o objetivo de sensibilizar o público masculino quanto aos cuidados com a saúde e estimular hábitos saudáveis de vida, o Centro de Saúde São José realizou uma roda de conversa com o tema “Saúde do Homem”. Os participantes, predominantemente homens acima de 30 anos, aprenderam um pouco sobre a prevenção de doenças do coração, câncer e as sexualmente transmissíveis-DST, os problemas causados pelo tabagismo e a importância da prática de atividade física.

Anar Walter Maro, gerente do Centro de Saúde São José, explicou que, tradicionalmente, os homens são os que menos procuram os serviços de saúde, por isso, a ação foi pensada especificamente para atingir este público: “Através da análise de dados sobre a mortalidade na área de abrangência do centro de saúde, percebemos que morrem mais homens do que mulheres e que estes tem expectativa de vida reduzida em comparação com as mulheres do território. Aliado a este fato, há ainda a questão do preconceito dos homens para realizar a prevenção de doenças. Normalmente, eles procuram a Unidade de Saúde apenas para remediar, ou seja, quando estão sentindo alguma coisa ou com uma doença já instalada”, disse.

Durante a conversa, os participantes puderam esclarecer dúvidas de maneira lúdica e problematizadora. Foi feita aferição da pressão arterial, levantamento de homens que necessitam realizar exames preventivos, distribuição de preservativos e kits de saúde bucal, dentre outras ações educativas. Para Ronaldo de Souza, 36 anos, foi muito interessante participar da atividade: “Achei as informações muito úteis pois as pessoas podem correr riscos por não saber sua situação. Acho que todos devem se informar sobre sua saúde”, disse.

A ação possibilitou identificar entre os participantes, aqueles que não realizaram nenhum exame de prevenção nos últimos dois anos. Estes foram encaminhados para realização de exames laboratoriais, agendamento de consulta com a equipe de saúde bucal e de enfermagem. O evento teve a parceria do CRAS São José e será realizado regularmente.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Grupo da terceira idade da Academia da Cidade visita cidades históricas


As igrejas de São João Del Rey e a tranquilidade do passeio de Maria Fumaça em Tiradentes foram as atrações do passeio de 40 alunos do Grupo da terceira idade da Academia da Cidade no bairro Universitários, que aproveitaram o dia de sol para apreciar a beleza das cidades históricas.
 
Com o objetivo de resgatar lembranças, o casal Aderbal Teixeira e Iris Maria Alves se divertiu bastante com a oportunidade: “A paisagem é linda, os boizinhos e a Maria Fumaça trouxeram lembranças da infância, uma época de total alegria. Há anos não fazíamos um passeio tão agradável”, disseram.




 
Zelida Maria da Cunha, 66 anos, aproveitou cada segundo. “Foi o melhor passeio da minha vida. Visitei a casa do Tancredo Neves e as igrejas. Sempre irei me lembrar do apito do trem e o vento batendo no meu rosto. Estou ansiosa para o próximo passeio”, comentou.



Geralda Rodrigues, organizadora da viagem e coordenadora da oficina de “Memória” do Centro Universitário Pampulha, explicou que a oficina tem como objetivo exercitar a mente dos alunos através da Ginástica Cerebral, utilizando exercícios escritos, leituras, jogos, brincadeiras e passeios. Para Geralda, resgatar as lembranças através do lazer é muito importante e favorece os resultados: “Cada um tem a oportunidade de contar suas próprias histórias, exercitando a mente e relembrando com alegria e entusiasmo os tempos de outrora”.


quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Apresentação de flauta na sala de espera do Centro de Saúde São José



Em uma ação inusitada, usuários do Centro de Saúde São José se surpreenderam com harmonioso som de flauta enquanto aguardavam atendimento na sala de espera. Esta foi a estratégia utilizada para o lançamento do projeto “Esperar aprendendo” realizado na manhã do dia 22/10.

O gerente do Centro de Saúde São José, Anar Walter Castilho Maro, explica que o espaço da sala de espera constitui uma ótima oportunidade para se desenvolver atividades que extrapolam os serviços oferecidos nas unidades de saúde: “Sabemos que este local é ponto deflagrador de conflitos provocados pela ansiedade da espera. Assim, podemos explorá-lo como um importante espaço de comunicação mais amplo entre o profissional e a população.”

O projeto, pensado pelo gerente em conjunto com as equipes de Saúde da Família, tem o objetivo de oferecer atividades educativas aos usuários que aguardam por atendimento, favorecer a promoção da saúde e o empoderamento do cidadão, transformando o período de espera pelo atendimento clínico em momento de alívio da ansiedade.

Aproximadamente 100 usuários estiveram na unidade de saúde pela manhã, sendo recepcionados pelo som de músicas clássicas tocadas pela musicista Aline Parreiras, mestranda na Escola de Música de Paris, que proporcionaram um ambiente acolhedor, provocando emoções no público.

O projeto está em fase experimental e propõe diversas ações que serão desenvolvidas pelos próprios trabalhadores da unidade e parcerias com universidades e artistas da comunidade.

Anos 60 é tema de festa na Academia da Cidade do CAC São Francisco


Tubinhos e vestidos de bolinhas para as mulheres. Calças justas e cinturões para os homens. Este foi o figurino utilizado pelos alunos da Academia da Cidade no CAC São Francisco que participaram da badalada “Festa dos Anos 60”.

Com o objetivo de promover a interação entre os alunos, as professoras Aline Paiva e Iara Ferreira organizaram a festa que reuniu aproximadamente 130 pessoas. Os participantes aprenderam uma coreografia típica dos anos 60 e concorreram a premiações de melhor caracterização e maior animação.
 
Aline Paiva, professora da Academia da Cidade e organizadora do evento, conta que os alunos tem se envolvido cada vez mais nas festas temáticas: “A maioria deles se preocupou em vir caracterizado de acordo com a época e todos entraram no ritmo dos anos 60 durante as coreografias. Foi um momento especial que nos permitiu levar alegria e descontração aos alunos e promover a interação entre as turmas de todos os horários”, disse.

Para a professora Iara Ferreira, as festas contribuem não só para a interação, mas também para a autoestima: “Buscamos em nossos eventos proporcionar descontração aos nossos usuários, ensinando danças e coreografias de acordo com o tema da festa. Além disso, a caracterização do figurino deixa o clima muito mais divertido. Por isso todos participam com muito entusiasmo”, explica.

As festas na Academia da Cidade do CAC São Francisco são realizadas a cada três meses, com temas variados que incentivam a pesquisa para o conhecimento de estilos e épocas.