Alecrim. Barbatimão. Boldo. Carqueja. Chapéu de couro. Romã. Saião. Alguns nomes são bem conhecidos, outros soam um pouco estranhos. Com a proposta de valorizar a cultura popular do uso de plantas medicinais, o Centro Cultural Pampulha (Avenida Expedicionário Paulo de Souza, 185, Urca) abriu espaço para a realização da Oficina de Plantas Medicinais, ministrada por Fernanda Rappa, no dia 10/11.
Artista Plástica, pesquisadora da biodiversidade de plantas medicinais no cerrado brasileiro e uma das artistas selecionadas para o Programa de Residência do Museu de Arte da Pampulha, Fernanda Rappa explicou sobre a variedade de ervas encontradas em solo brasileiro. “Temos um ambiente propício para o cultivo de plantas que podem ser utilizadas na cura de muitas doenças. Infelizmente a biopirataria tem levado para o exterior muito desta riqueza que ainda é pouco explorada por aqui. Plantas como cupuaçu, lobeira, dentre outras, já foram até patenteadas por outros países”, disse.
Como exemplo da variedade de raízes e folhas nativas que podem ser usadas para tratamento de doenças, Fernanda espalhou amostras de algumas ervas pelo chão e incentivou os participantes a citarem os nomes de outras ervas conhecidas juntamente com seus efeitos. Cada um citou nomes e aplicações das plantas, explicando como devem ser utilizadas e relatando experiências bem sucedidas no uso de algumas delas. A seguir, os participantes assistiram ao vídeo sobre “Jardinagem de Guerrilha”, nome dado ao movimento de ativismo político que consiste no cultivo de plantas em espaços públicos negligenciados. A proposta é a transformação de uma área degradada ou um terreno baldio por meio do cultivo de plantas que serão úteis para a comunidade do entorno, que se torna responsável pelo cuidado daquele espaço.
Residente em Contagem, Sebastiana Gomes Carneiro gostou muito de participar da oficina: “Amo cuidar de plantas. Achei muito valiosa a troca de experiência com as outras colegas.” Para Fernanda, o objetivo da oficina foi atingido: “Os participantes interagiram bastante, o que foi muito produtivo. A ideia é colocar em pauta o conhecimento de cada um e trabalhar a cultura dos raizeiros. Muitas vezes, ficamos reféns da farmácia e do supermercado. Seria melhor ter o hábito de produzir alimentos de fácil cultivo sem agrotóxicos ou mesmo uma plantinha que pode curar uma infecção ou acabar com um incômodo.”
A artista e o Programa Bolsa Pampulha
Fernanda Rappa é fotógrafa e artista plástica, sendo uma dos 10 artistas selecionados para a 5ª edição do Programa Bolsa Pampulha da Fundação Municipal de Cultura. Sua pesquisa explora a relação entre arte e ciência. Criado em 2003, o Bolsa Pampulha é um programa de residência artística no Museu de Arte da Pampulha que permite aos artistas selecionados o desenvolvimento de trabalhos de pesquisa, criação de propostas exclusivas e produção de obras em Belo Horizonte, além da realização de uma ação junto à comunidade belo-horizontina.
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