quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Oficina de plantas medicinais no Centro Cultural Pampulha



Alecrim. Barbatimão. Boldo. Carqueja. Chapéu de couro. Romã. Saião. Alguns nomes são bem conhecidos, outros soam um pouco estranhos. Com a proposta de valorizar a cultura popular do uso de plantas medicinais, o Centro Cultural Pampulha (Avenida Expedicionário Paulo de Souza, 185, Urca) abriu espaço para a realização da Oficina de Plantas Medicinais, ministrada por Fernanda Rappa, no dia 10/11.

Artista Plástica, pesquisadora da biodiversidade de plantas medicinais no cerrado brasileiro e uma das artistas selecionadas para o Programa de Residência do Museu de Arte da Pampulha, Fernanda Rappa explicou sobre a variedade de ervas encontradas em solo brasileiro. “Temos um ambiente propício para o cultivo de plantas que podem ser utilizadas na cura de muitas doenças. Infelizmente a biopirataria tem levado para o exterior muito desta riqueza que ainda é pouco explorada por aqui. Plantas como cupuaçu, lobeira, dentre outras, já foram até patenteadas por outros países”, disse.

Como exemplo da variedade de raízes e folhas nativas que podem ser usadas para tratamento de doenças, Fernanda espalhou amostras de algumas ervas pelo chão e incentivou os participantes a citarem os nomes de outras ervas conhecidas juntamente com seus efeitos. Cada um citou nomes e aplicações das plantas, explicando como devem ser utilizadas e relatando experiências bem sucedidas no uso de algumas delas. A seguir, os participantes assistiram ao vídeo sobre “Jardinagem de Guerrilha”, nome dado ao movimento de ativismo político que consiste no cultivo de plantas em espaços públicos negligenciados. A proposta é a transformação de uma área degradada ou um terreno baldio por meio do cultivo de plantas que serão úteis para a comunidade do entorno, que se torna responsável pelo cuidado daquele espaço.

Residente em Contagem, Sebastiana Gomes Carneiro gostou muito de participar da oficina: “Amo cuidar de plantas. Achei muito valiosa a troca de experiência com as outras colegas.” Para Fernanda, o objetivo da oficina foi atingido: “Os participantes interagiram bastante, o que foi muito produtivo. A ideia é colocar em pauta o conhecimento de cada um e trabalhar a cultura dos raizeiros. Muitas vezes, ficamos reféns da farmácia e do supermercado. Seria melhor ter o hábito de produzir alimentos de fácil cultivo sem agrotóxicos ou mesmo uma plantinha que pode curar uma infecção ou acabar com um incômodo.”

A artista e o Programa Bolsa Pampulha 

Fernanda Rappa é fotógrafa e artista plástica, sendo uma dos 10 artistas selecionados para a 5ª edição do Programa Bolsa Pampulha da Fundação Municipal de Cultura. Sua pesquisa explora a relação entre arte e ciência. Criado em 2003, o Bolsa Pampulha é um programa de residência artística no Museu de Arte da Pampulha que permite aos artistas selecionados o desenvolvimento de trabalhos de pesquisa, criação de propostas exclusivas e produção de obras em Belo Horizonte, além da realização de uma ação junto à comunidade belo-horizontina.

Nenhum comentário:

Postar um comentário