O Centro de Convivência Pampulha alcançou a maioridade. Os 18 anos de trabalho na região da Pampulha foram comemorados com uma grande festa, realizada no dia 19/12, na casa sede onde funciona o serviço, à Avenida Dom Orione, 220, São Luís. Compareceram mais de 100 pessoas, entre usuários, familiares, convidados e funcionários.
A programação estava bem intensa. No hall de entrada, as pessoas podiam apreciar o Memorial 18 anos, com fotografias, reportagens, peças publicitárias e objetos artísticos que, juntos, contavam um pouco da história e das pessoas que fizeram e ainda fazem parte deste trabalho. Na área externa da casa, os convidados se reuniram para assistir às homenagens preparadas especialmente para este dia. Acompanhados pela monitora Luna Mattos, um coral composto por 15 usuários apresentou músicas natalinas, incentivando os presentes a cantarem também.
Usuário do Centro de Convivência, monitor da oficina de marcenaria e militante da luta antimanicomial, Paulo dos Reis Braga deu um depoimento sobre sua trajetória de vida, ressaltando a importância do livre exercício da cidadania para todas as pessoas: “Acredito que um dia teremos uma sociedade inclusiva, onde não haja pessoas confinadas e onde predomine as relações de harmonia”, disse. A seguir, outros pacientes se sentiram à vontade para contar um pouco de sua história, mostrando que, por meio das oficinas e das atividades que participam no Centro de Convivência, é possível criar laços sociais que facilitam sua inserção na sociedade. Desde 2007, frequentando as oficinas de mosaico, argila, entre outras, Ana Maria Ribeiro falou de sua melhora: “Antes tinha muito medo de tudo, mas aqui eu me encontrei. Hoje sou 70% dona de mim”, brincou.
Em um momento de reflexão sobre o significado do tempo na vida de cada pessoa, os professores Helvécio Viana (oficina de música), Wesllen Ferreira (oficina de artes visuais) e Luna Mattos cantaram a música “Tempo” de Caetano Veloso. No mezanino da casa, foi encenado um fragmento da peça Romeu e Julieta, produzido pela monitora de teatro Helena Soares, que culminou com os expectadores participando de um grande baile. Para finalizar, todos se reuniram em torno do bolo de aniversário para cantar o tradicional “Parabéns pra você”.
Gerente do Centro de Convivência Pampulha, Wilma dos Santos Ribeiro leu um emocionante texto em homenagem ao CCP, relembrando fatos que marcaram a história do serviço de saúde mental na região. ”Os melhores momentos não são manchete de jornal. 18 anos se passaram e o mais gratificante é o retorno dos próprios usuários quando relatam as transformações significativas que ocorrem em suas vidas. De tudo isto, entendo a importância de se escutar o sujeito”, finalizou.
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