sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

1° Educarte mobiliza usuários de Centros de Convivência

 
 
Os Centros de Convivência Pampulha e Carlos Prates realizaram, no período de 28 a 30/11, o 1º Educarte, uma iniciativa inovadora que integrou usuários de ambos os centros de convivência e os alunos da Educação de Jovens e Adultos-EJA Amilcar Martins e Carlos Gois.
 
Devido às crises mentais e por não conseguirem mais se adaptar às exigências do ensino regular, muitos usuários da saúde mental abandonaram seus estudos. A implantação das turmas de EJA nos centros de convivência possibilitou que os usuários retornassem para as salas de aula. A proposta do 1º Educarte era permitir que estes alunos participassem do processo de preparação de uma feira de ciências, considerando suas particularidades.
 
A abertura da exposição foi feita pela gerente do Centro de Convivência Pampulha, Wilma dos Santos Ribeiro, que esclareceu sobre a EJA nos centros de convivência, destacando a importância de se desenvolver um trabalho voltado para a inclusão. “Incluir é permitir o acesso e o que estamos fazendo aqui retrata bem a nossa prática”, destacou.
 
 

Para o Professor Rogério Duarte, coordenador do 1º Educarte, a proposta foi muito desafiadora: “Unir educação, ciência e arte foi desafiante e inovador. Foi uma forma diferente e prazerosa de se aprender ciências. O resultado pode ser comprovado aqui: cada um, dentro de sua capacidade, guardou um pouquinho do conteúdo estudado e vai poder isso pra vocês”, explicou.
 
O evento foi prestigiado também por gerentes de diversos setores da Regional Pampulha, dentre eles a saúde, educação e políticas sociais. Rosane Pires, coordenadora da EJA na Pampulha, ressaltou que cabe à educação em sua interface com a saúde o desafio de quebrar preconceitos em relação às pessoas que possuem algum tipo de limitação física ou mental: “Apostamos no papel das instituições que acolhem os sujeitos com comprometimento mental, possibilitando que eles assumam o papel de protagonistas de sua história. Este é um espaço para além da convivência, é também de construção de identidade e exercício da cidadania”, disse.
 
A seguir, houve a apresentação do cordel “Ecologia Cultural” com os alunos da oficina de música e da EJA Pampulha. A letra da música foi uma construção coletiva dos alunos que escreveram frases sobre a natureza, que foram transformadas em versos pelo professor Helvécio Viana; a melodia foi composta pela cantora e compositora Luna Mattos que acompanhou as vozes dos alunos com seu violão.
 

Após a abertura, o público foi convidado a acompanhar a apresentação dos trabalhos preparados pelos alunos. Para demonstrar conceitos de distância e tamanho, foi pintado um grande painel em uma das paredes representando o sistema solar. Ali, os alunos explicaram as características de cada planeta, sua distância em relação ao sol e compararam seu tamanho. Em outro estande, havia a demonstração do conceito de proporção de água doce em relação à água salgada que há no planeta Terra e da quantidade de água em relação à porção de terra seca.
 
A professora da EJA Amilcar Martins, Maiza Cardoso Araújo, estava emocionada com o resultado: “Tive medo da ousadia, mas a convivência com estes alunos-artistas me fez encarar o desafio. Houve muito empenho de todos e pude entender melhor o que é trabalhar em equipe”, declarou. A mesma opinião foi compartilhada pela professora da EJA Carlos Gois, Ely Roselane Santos: “O conhecimento transforma; por meio dele nos tornamos sujeitos, quando há uma intensa troca de saberes”, disse.
 
A aluna da EJA Pampulha, Alzerina Maria Olimpio, falou da alegria de frequentar novamente a escola e incentivou todos a fazerem o mesmo: “Minha vida mudou depois que entrei para a EJA! Aqui você aprende e ensina; por isso, não fique desanimado em casa, onde você pode adoecer. Estude! Sua família vai notar as mudanças em você.”
 
 Ao final das apresentações, houve uma confraternização para os presentes. As atividades continuaram no dia seguinte, quando os alunos assistiram mostra de vídeos com temática voltada para a preservação ambiental. A exposição dos trabalhos e a visitação ao Planetário permaneceu aberta até o dia 30/11.

Nenhum comentário:

Postar um comentário