sexta-feira, 29 de abril de 2011

Regional Pampulha discute implantação de apoio a familiares de doentes alcoólicos


Alcoolismo na família pode ter efeitos devastadores. Normalmente, os familiares de um doente alcoólico se tornam tão ou mais doente que o próprio dependente. Devido às consequências dessas relações doentias, os Grupos Familiares Al-Anon, presentes em vários locais no Brasil e no mundo, prestam ajuda a pessoas que sofrem os efeitos do alcoolismo de um familiar ou amigo muito querido. Por entender a importância da questão, encontra-se em fase de discussão o incentivo à implantação do Programa Al-Anon na região da Pampulha, com apoio da Secretaria Regional.

Para entender como funciona o programa e a melhor forma de implementá-lo, este assunto foi pauta de reunião do Núcleo Intersetorial Regional-NIR Pampulha, que contou com a participação de representantes das áreas social, de saúde, de educação e do Núcleo de Estudos e Prevenção às Drogas na Pampulha e de três membros do Al-Anon, cujas identidades são protegidas e não podem ser divulgadas.

Na região da Pampulha, há diversos grupos de Alcoólicos Anônimos (AA), sendo que ainda não há nenhum para acolhimento dos familiares destes doentes, que se sentem afetados pelo alcoolismo e procuram apoio nos serviços públicos.

Para Marlene D., membro do Al-Anon há muitos anos, o familiar, muitas vezes, fica mais doente que o próprio doente alcoólico, por isso é importante que ele encontro apoio em pessoas que passam pelos mesmos problemas. “Tenho gratidão pelo programa; meu compromisso, desde o início, foi colaborar para diminuir o sofrimento do familiar de um doente alcoólico. Este é um programa de vida; é a luz que você enxerga no blackout”, afirma.

Para usufruir dos benefícios oferecidos pelo programa, é preciso que a família queira aceitar a ajuda, como foi o caso de Terezinha F.: “O alcoolismo pode desestruturar todas as áreas de uma pessoa: familiar, social, econômica e afetiva. No Al-Anon aprendemos a enfrentar nossos medos e dificuldades.” Para D. Penha foi crucial ingressar no programa que a ajudou a sair de uma situação de doença: “Tinha muita ansiedade e problemas cardíacos e hoje está tudo resolvido. Vejo o programa como uma escola: frequentamos as reuniões, estudamos a literatura, aprendemos a viver e a conviver”, declara.

O Al-Anon existe no mundo há 60 anos e está no Brasil desde 1966. Aqui na Pampulha o programa será, em breve, implantado no CRAS Santa Rosa , onde já funciona um grupo de AA. Outras informações podem ser obtidas no telefone 3277-1584.

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