quinta-feira, 14 de julho de 2016

Centro de Convivência Pampulha promove 1º Sarau Luau

Em continuidade à programação de comemoração dos 20 anos na luta antimanicomial, o Centro de Convivência Pampulha (Av. Dom Orione, 220, São Luís), realizou, no dia 23/06, o 1º Sarau Luau, uma mostra cultural cujos protagonistas foram os usuários atendidos neste espaço.

Compareceram cerca de 80 pessoas que apreciaram não só as apresentações culturais, mas também os deliciosos caldos e canjica preparados por Júlia Pimenta e Luna Matos. A ambientação foi especialmente produzida pela artista plástica Valéria Almeida com a colaboração do usuário Denis Alves. 

Ao longo de toda a tarde, o público assistiu a uma rica variedade cultural: apresentações de música, poesias e depoimentos no Palco Aberto; a exposição “Pessoxs” no Espaço Cultural Pirá Pirô com curadoria do artista plástico Wesllen Neiva Ferreira, onde os usuários abordam a figura humana e suas várias possibilidades de representação por meio de suas produções em desenho, pintura e modelagem. Exibição de imagens produzidas que ganham sentidos ao se misturar com a história e a vida de cada usuário, além do Memorial: Linha do Tempo da Reforma Psiquiátrica Municipal, composto por fotografias, textos e reportagens que contam a trajetória da luta antimanicomial no município de Belo Horizonte. 


Com narrativa de Helena Soares, coordenadora da oficina de teatro, a usuária Maria do Carmo encenou a peça teatral “O Caso do Vestido” de Carlos Drummond de Andrade, com cenário de bonecos confeccionados nas oficinas de artesanato. Além disso, uma curiosidade: utilizando um telescópio, as pessoas puderam contemplar a lua e o planeta Saturno. Para finalizar, apresentação dos músicos Luna Matos e o maestro cubano Pepe Calderón do Grupo Caribe Brasilis, mesclando a música popular brasileira com a música popular cubana.




EM PROL DA LUTA ANTIMANICOMIAL

O Centro de Convivência Pampulha compõe a rede de serviços de saúde mental municipal atendendo pessoas que, sob a lógica da discriminação e preconceito, são invisíveis na sociedade, colocando um grande desafio para essa rede, quando se trata da inclusão social dessas pessoas. Comemorando 20 anos de luta “Por uma sociedade sem manicômios”, o grande desafio é mostrar que, para além do sofrimento mental, existem nessas pessoas, vidas pulsantes manifestadas através dos panos de prato, dos desenhos e pinturas, da modelagem, das composições musicais próprias, das poesias escritas e recitadas, da expressão espontânea em gestos e falas, que vão tecendo um lugar social que lhes deem mais dignidade.

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