O som forte e ritmado de tambores ecoaram pela Regional Pampulha na manhã do dia 16/06. Sob a coordenação do 3° Sargento Ivan Emerick do 34º BPMMG, 20 adolescentes do grupo de percussão da Escola Estadual Deputado Álvaro Salles mostraram domínio e desenvoltura na movimentação das baquetas, mobilizando mais de 100 pessoas para assistirem à apresentação.
Esta foi a forma inusitada com que a Regional Pampulha, por meio da Gerência de Políticas Sociais, finalizou o Fórum dos Direitos da Criança e do Adolescente, realizado no auditório (Ave. Antônio Carlos, 7.596, São Luís) com a presença de estudantes das escolas municipais Anne Frank, Francisca Alves, Professora Alice Nacif, Dom Orione e Santa Terezinha, da E.E. Deputado Álvaro Salles, além de representantes do poder público e da sociedade civil que compõem a rede de proteção às crianças e adolescentes na região.
Psicóloga e integrante da equipe do Programa BH: Crianças e Adolescentes Protegidas da Coordenadoria Municipal de Direitos Humanos (CMDH), Adriana Alberto introduziu o tema “Exploração Sexual e Trabalho Infantil” exibindo um documentário veiculado no programa Conexão Repórter. A psicóloga ressaltou que, para o menor de 18 anos, é proibida qualquer forma de trabalho perigoso, penoso, insalubre ou desgastante. “A criança e o adolescente, por estarem em fase de desenvolvimento e crescimento, não podem estar sujeitas ao trabalho, pois, dependendo das circunstâncias, isso pode prejudicar a saúde, a segurança ou até a moral da criança”, esclareceu.
A seguir, foi feita uma roda de conversa para discussão do assunto, que teve a participação ativa dos adolescentes. Na oportunidade, os profissionais do Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS-P) e os Conselheiros Tutelares presentes no evento esclareceram dúvidas sobre as suas atividades, especialmente as questões relativas ao atendimento e encaminhamentos dos casos de abuso e violência contra a criança e o adolescente. Para finalizar o evento em grande estilo e, simbolizando a Campanha de Mobilização contra o Trabalho Infantil, a apresentação do grupo de percussão da E.E. Deputado Álvaro Salles que faz parte do projeto “Juventude e Polícia” animou o público.
Integrante da Comissão Organizadora do Fórum na Pampulha, Maria Anália de Sousa acha que a solução para o enfrentamento à violação de direitos de crianças e adolescentes deve ser conjunta: “Entendemos que o trabalho infanto-juvernil é uma porta aberta para a violação de outros direitos humanos de crianças, adolescentes e de suas famílias. As dificuldades são muitas no exercício deste enfrentamento. Por isso, nenhum órgão ou entidade conseguirá, sozinho, solucionar o fenômeno da exploração do trabalho infantil. Devemos nos articular em rede. Nas esferas municipal, estadual e federal, cada membro deverá exercer a sua competência”, finalizou.
Projeto “Juventude e Polícia”
O projeto “Juventude e Polícia” da Polícia Militar de Minas Gerais desenvolve um trabalho com 170 adolescentes a partir de 12 anos por meio de oficinas de música, artes,
esportes, artes gráficas e dança em escolas de periferia, como uma forma
de prevenção à violência praticada contra crianças e adolescentes. É
desenvolvido há oito anos nas escolas localizadas em aglomerados e
vilas.
Uma das coordenadoras do projeto, a Cabo Rosilene de Assis falou dos resultados alcançados com o projeto: “A aproximação com os adolescentes quebrou preconceitos. Tanto nós da Polícia quanto os moradores das vilas tivemos uma importante mudança na forma de nos enxergar.” Para o estudante Renan Guilherme, de 11 anos, que há 2,5 anos aprende percussão, o projeto trouxe uma nova visão do papel da Polícia: “Antes a gente via os policiais e logo vinha o medo. Agora é diferente. Gosto tanto de aprender que até estou pensando em me tornar músico profissional”, disse.
O grupo que desenvolve o projeto na E.E. Deputado Álvaro Salles é composto pelos policiais militares 2º sargento Adenilson Pereira da Silva, 3° sargento Ivan Emerick Junior e as Cabos Rosilene Augusto de Assis e Luciana Silva Brandão.