Cerca de 40 pessoas estiveram reunidas no dia 10/06, no auditório da Regional Pampulha (Avenida Antônio Carlos, 7.596, São Luís) para discutir sobre a Maioridade Penal e o Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medidas Socioeducativas em Meio Aberto, programa Liberdade Assistida. O encontro foi realizado pelo Fórum da Criança e do Adolescente na Pampulha e teve a participação de representantes do poder público, da sociedade civil e da rede de proteção à criança e ao adolescente na região.
.jpg)
Para Enrico, é preciso haver uma reestruturação do sistema para tratar melhor os atos dos adolescentes infratores. “Na época em que foi instituído, o ECA trouxe grandes avanços e foi considerado como uma iniciativa progressista, mas precisa ser revisto. Tanto o poder público quanto a sociedade civil precisam encontrar uma forma de conciliar a particularidade de cada caso com a universalidade da lei e, assim, adequar as penalidades”, disse.
Os participantes assistiram ainda à entrevista da juíza de Direito Dra Valéria da Silva Rodrigues que defende a modificação do ECA e a distinção de prazo de internação por tipo de crime. “É necessário rever o ECA pois o perfil atual do menor infrator é bem diferente de 24 anos atrás, quando estas normas foram instituídas”, afirma.
O público presente apontou aspectos que precisam ser considerados na discussão sobre a redução da maioridade penal. Conselheira Tutelar na Pampulha, Miriam Aparecida Barbosa Marques acha importante discutir também o papel da família: “Muitas vezes temos que penalizar a criança ou o adolescente e não conseguimos responsabilizar a família”. Técnica do Serviço de Proteção à Pessoa com Deficiência na Pampulha, Fabiana Neves de Andrade comentou sobre o fato de não haver no vídeo exibido um representante que defendesse a manutenção da maioridade penal: “A sociedade conhece o menino que praticou um ato infracional, mas não conhece as políticas públicas e recursos voltados para este público”.
Para o psicólogo e um dos organizadores do FOCA Pampulha, Arnor Trindade, o tema ainda gera muitas dúvidas e precisa ser amplamente discutido com a sociedade civil: “Temos uma lei que foi considerada avançada na sua criação, mas não avançamos o suficiente nas políticas públicas de modo a garantir o que está previsto no texto da lei. Talvez a grande questão seja a aplicação da lei e não a mudança dela”, disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário