quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Centro de Convivência Pampulha recebe estudantes de Medicina da UNIFENAS



Usuários do Centro de Convivência Pampulha, à Avenida Dom Orione, nº 220, São Luís, assistiram, em dezembro, à apresentação do trabalho de finalização de semestre feita pelos estudantes do 2º período do curso de Medicina da Universidade José do Rosário Vellano (UNIFENAS-BH). Compareceram mais de 60 pessoas, entre estudantes, usuários e funcionários do Centro de Convivência.

Com temática voltada para a Saúde Mental, o trabalho de conclusão foi apresentado de maneira artística e interativa, dando a oportunidade para que os expectadores participassem. Usando máscaras, os estudantes encenaram a esquete teatral “O julgamento”, que trouxe uma reflexão a respeito da loucura com a declamação do poema “Quem é louco?”. Os usuários participaram também de um jogo interativo que trabalhou a música, a dança e a expressão verbal. Na sequência, os estudantes apresentaram o poema “A Árvore”, incentivando o público a participar de uma pintura coletiva em tela. Para finalizar, os estudantes presentearam os usuários com a muda de um ipê, que foi plantada na calçada em frente à casa onde funciona o Centro de Convivência. A usuária Lícia Graça de Freitas e Silva gostou do que viu: “Os estudantes nos dão uma força imensa, nos tratam muito bem e isso levanta o astral”, disse.

Desde o início do curso de Medicina na UNIFENAS, os estudantes são inseridos na estratégia educacional de Prática Médica na Comunidade (PMC). Assim, alunos do 2º período frequentam, uma vez por semana, o Centro de Convivência Pampulha, quando a PMC é voltada para o assunto da exclusão/inclusão do portador de sofrimento mental. Psiquiatra e professor do curso de Medicina, Ênio Rodrigues da Silva explicou que, ao final de cada semestre, os alunos fazem um trabalho de conclusão, o que tem trazido repercussões positivas para ambas as partes: “O futuro médico precisa ter conhecimento da loucura em vários níveis, desde quando o usuário está fora da crise, como aqui no Centro de Convivência, até quando está em crise, sendo atendido no CERSAM. A apresentação que assistimos aqui hoje foi construída coletivamente. Ficou muito rica e foi emocionante pra mim ver como estes alunos captaram bem a proposta da inclusão.” Para o estudante João Luiz Dias o serviço oferecido no Centro de Convivência foi uma novidade: “Fiquei surpreso com o que acontece aqui. Acompanhar estes usuários nos últimos meses foi um aprendizado importante e uma experiência que vai contribuir muito para meu crescimento pessoal”, disse.

Anteriormente, com as primeiras turmas, os trabalhos finais tratavam sobre um tema da saúde como hipertensão, tabagismo, diabetes, etc, que era apresentado de maneira mais tradicional. Gerente do Centro de Convivência Pampulha, Wilma dos Santos Ribeiro explicou que, neste último trabalho, os estudantes aceitaram o desafio de apresentar um tema relacionado com o contexto do Centro de Convivência de uma forma inovadora: “Por isso os alunos representaram, cantaram e jogaram, envolvendo também os usuários.” Para Wilma, o contato dos usuários com os alunos durante o estágio é muito importante para o Centro de Convivência pois é uma forma de divulgar o serviço ofertado, além de contribuir para a formação de um profissional diferenciado: “No início do estágio, havia até um certo receio dos estudantes de lidarem com algum comportamento agressivo dos usuários. Já no final, os próprios estudantes comentam que houve mudança na maneira de perceber as pessoas portadoras de sofrimento mental. Isso mostra para o futuro profissional a relevância de se fazer um tratamento pautado na escuta e na singularidade dos casos”, concluiu.

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