A Regional Pampulha, por meio do
Fórum da Criança e do Adolescente, realizou, no dia 17, no auditório da
Regional, à Avenida Antônio Carlos, 7.596, São Luís, um encontro para discutir
sobre Família Acolhedora, serviço da Gerência de Proteção Especial de Alta
Complexidade da Secretaria Municipal de Assistência Social (GEPE/SMAAS).
Compareceram mais de 50 pessoas, entre servidores da
Regional, representantes da sociedade civil, do Conselho Tutelar e estudantes
de Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais.
Os participantes assistiram à
palestra da técnica da GEPE/SMAAS Valéria Cardoso que explicou sobre o serviço
Família Acolhedora, previsto na política de Assistência e no Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA). A proposta do serviço é fazer o acolhimento de
crianças, adolescentes, idosos e adultos com deficiência que sofrem violação de
direitos e necessitam serem retirados de suas famílias. O trabalho de
acompanhamento é feito pela equipe técnica da GEPE/SMAAS juntamente com a
Pastoral do Menor em Belo Horizonte, coordenado pela sra. Maria Margareth
Pereira, e a família de origem da criança. Para Valéria, o grande desafio é a
mudança de paradigma: “O acolhimento é um serviço
de alta complexidade no SUAS. Temos experiências muito positivas, mas é preciso
que mais pessoas conheçam o serviço e sintam vontade de participar”, disse.
Os presentes ouviram o depoimento
de Maria do Carmo Martins, que foi a primeira família acolhedora em Belo
Horizonte a receber uma criança em casa, estando atualmente no oitavo
acolhimento. Maria do Carmo cuida de um casal de gêmeos de 3 anos e 9 meses e conta
com o apoio das duas filhas, já adultas, que colaboram nesta tarefa. Ela relatou
suas experiências, as dificuldades encontradas, os desafios e as alegrias:
“Filho temporário exige as mesmas responsabilidades que um filho biológico. As
dificuldades, como por exemplo crianças agressivas ou que querem ficar
invisíveis, são superadas quando começam a se sentir seguras”, disse. Maria do
Carmo conta também com o apoio do que ela chama de ‘comunidade acolhedora’ que
envolve familiares, amigos, vizinhos e a equipe técnica do serviço. “Muitas
pessoas me ajudam com a doação de brinquedos, roupas, entre outros itens. O
mais satisfatório de tudo é dar a esta criança uma identidade, ajudá-la a se
reconstruir como pessoa”, concluiu.
A seguir, o público se divertiu e
se emocionou com a esquete teatral “Um lugar no coração” encenada pelo grupo de
teatro Mobs da SMAAS que abordou o tema de maneira lúdica. Gerente de Políticas
Sociais na Pampulha, Nádia Sueli de Paula Alves ressaltou que é preciso
conhecer a metodologia para colaborar na divulgação do serviço: “Cada um de nós
pode ser um multiplicador do serviço, promovendo sensibilização em seu lugar de
trabalho”. Estudante do 3º período de Psicologia na UFMG, Rebeca Mendes Fonseca
achou que participar do Fórum foi esclarecedor: “Foi muito bom saber que uma
criança em situação de direito violado tem outra opção além do abrigo. Acho que
esta é uma forma de causar menor impacto na vida da criança".
Famílias Acolhedoras: No seu coração cabe mais um!
O serviço Famílias Acolhedoras é
uma iniciativa em que famílias voluntárias se comprometem a receber e cuidar,
temporariamente, de crianças e adolescentes afastados de sua família de origem
até que elas possam voltar para casa ou ser encaminhadas para adoção. Alguns
dos critérios para que uma família possa se cadastrar no serviço, são:
- Morar
em Belo Horizonte há mais de dois anos;
-
Ter, no mínimo, 21 anos de idade;
-
Não ter antecedentes criminais;
-
Concordância de todos os membros da família;
-
Estar disposto ao acolhimento temporário, não tendo a intenção de adotar;
-
Não ter dependentes químicos na família;
-
Aceitação e comprometimento com as diretrizes do serviço.
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