Com o aval dos
países membros da Unesco, obra-prima da modernidade brasileira e cartão-postal
de Belo Horizonte recebeu o título em sessão realizada em Istambul, na Turquia
O Conjunto Moderno da Pampulha, obra-prima que leva a assinatura de importantes nomes da arquitetura e das artes como Oscar Niemeyer, Roberto Burle Marx e Cândido Portinari, e principal cartão-postal da cidade de Belo Horizonte, foi reconhecido pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade durante a 40ª sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, realizada neste domingo, dia 17, em Istambul, na Turquia.
A candidatura do Conjunto Moderno da Pampulha foi a única do Brasil na etapa final de votação. Em maio, a Unesco enviou ao Itamaraty um parecer sobre a candidatura. O documento relatou a singularidade do Conjunto Moderno da Pampulha e seus aspectos genuínos, pontos favoráveis para a conquista do título de Patrimônio Cultural da Humanidade.
Para o prefeito Marcio Lacerda, o título é extremamente importante para Belo Horizonte, sob vários aspectos. “Em primeiro lugar, porque contribui de forma significativa para divulgar Belo Horizonte no mundo. A gente sabe que nossa cidade ainda é pouco conhecida no exterior, mas ao longo dos últimos anos temos conseguido avançar muito nesse sentido. Nos últimos dois anos fomos convidados para eventos mundiais que nos chamaram para mostrar as experiências positivas de políticas públicas adotadas por Belo Horizonte e que estão servindo de modelo para vários países do mundo. Há também um aspecto bastante prático que é o aumento do turismo em nossa cidade. O Conjunto Arquitetônico da Pampulha, idealizado por Niemeyer e Juscelino Kubistchek, é um lugar único no mundo. E o aumento do turismo significa mais emprego, mais renda, mais autoestima para os belo-horizontinos e mais oportunidade de desenvolvimento para a nossa cidade”, disse.
O prefeito ainda destacou as ações realizadas pela Prefeitura visando à despoluição da Lagoa da Pampulha. “É importante lembrar que está em curso o processo de despoluição da Lagoa. Pelo ritmo dos trabalhos, até o final do ano será possível a prática de esportes náuticos na Lagoa. A recuperação da Pampulha é um sonho de mais de três décadas da cidade. E estamos conseguindo transformar este sonho em realidade”, concluiu.
Proteção mundial O título de Patrimônio Cultural da Humanidade é concedido pela Organização das Nações Unidas para a Cultura, Ciência e Educação (Unesco) a monumentos, edifícios, trechos urbanos e ambientes naturais de importância paisagística que tenham valor histórico, estético, arqueológico, científico, etnológico ou antropológico. O objetivo da Unesco não é apenas catalogar esses bens culturais valiosos, mas ajudar na identificação, proteção e preservação.
Fazer parte da lista de patrimônios culturais da humanidade é importante não só pelo caráter de reconhecimento da importância que os bens possuem, mas também por significar que este passará a contar com o compromisso de proteção da Unesco e de todos os países signatários da Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural, o que hoje significa contar com o resguardo de 190 países. Além disso, o aporte de recursos e a valorização dos patrimônios culturais mundiais tendem a contribuir para fomentar o turismo na região, o que gera novos investimentos na economia local e empregos para a população.
O Brasil tem outros 18 bens reconhecidos pela Unesco como patrimônio mundial. Entre eles, destacam-se bens da arquitetura moderna como a cidade de Brasília, bens naturais como o Pantanal e o Parque Nacional do Iguaçu e bens históricos como a cidade de Salvador e o centro histórico de Olinda. Em Minas Gerais, a Unesco também reconhece como patrimônios mundiais a cidade histórica de Ouro Preto, o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, e o Centro Histórico de Diamantina.
Matéria publicada no DOM em 18/07/2016